terça-feira, 21 de março de 2017

O TRÂNSITO, A CULTURA E A MUNICIPALIDADE



A relação da cultura com o cidadão é o processo educacional em que ela desenvolve. Aprendemos a cultura por meios diversos e o mais comum é pela repetição de eventos que incluem o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano. Podemos dizer que há uma cultura familiar, social, comunitária, política, musical, “et cetera”.

Então surge a questão, o trânsito faz parte da cultura? O trânsito é cultural?

 A resposta é sim. O trânsito faz parte de um processo educacional e cultural. Portanto, o trânsito faz parte da cultura. Vejamos:

O Trânsito como um processo educacional

Educacional quando pelo meio de um processo de ensino e aprendizagem o integrante (usuário) do sistema (trânsito) aprende, desenvolve e interage pelo aprendizado. Um exemplo clássico são as Normas Gerais de Circulação e Conduta que educa o usuário no bom convívio, desenvolvimento, comportamento e uso das vias terrestres. Assim, entendemos que há um aspecto de educação social para o trânsito. Quem se educa para o trânsito não se educa para si e sim para terceiro, em favor da sociedade e da comunidade onde vive. Se caso, você seja um condutor com mal costume, seu vizinho, seus filhos (possivelmente) e até seus amigos irão lhe criticar e o poder público irá lhe punir pela sua conduta nociva à sociedade, ou a sua comunidade, ou a terceiros ou a ti mesmo.

O trânsito como um sistema cultural geral

Quando o trânsito é cultural?

Quando o uso das vias é por meio de condutas condicionadas de tal forma que vire uma regra informal (Normas de Circulação e Conduta Informal). Um exemplo disso é que quando um condutor aciona a luz indicadora de direção para avisar o condutor que o segue se ele pode ultrapassar ou não. Isso caracteriza uma cultura geral e toma cunho de Norma de Circulação e Conduta Informal. Acreditamos nesses sinais como de fato eles estivessem escritos num código de conduta. E até certo ponto há condutores que se aborrecem quando o condutor que segue à frente não utiliza de tais sinais.

O trânsito como uma cultura regional ou local

O trânsito desenvolve uma característica regional (local) de cultura quando um comportamento é condicionado regionalmente. Um exemplo clássico é o que acontece no estado do Rio de Janeiro, onde o carioca ou seus motoristas tem o costume (cultura local) de acionar a seta indicativa de direção e logo fazer a manobra sem esperar um momento sequer para realizar a manobra com segurança. Quem dirige no estado do Rio de Janeiro, precisa se adaptar a essa NCCI que é uma mistura da aplicabilidade da NGCC.

Já no estado do Espírito Santo, o capixaba ou seus motoristas tem o costume (cultura local) de dirigir pela esquerda em baixa velocidade, enquanto os que desenvolvem uma velocidade mais elevada fazem pela direita. O condutor mineiro e baiano tem o costume de parar antes da faixa de pedestre e acionar o pisca-alerta para o pedestre passar, o que é um contraponto em relação às Normas Gerais de Circulação e Conduta.

Assim:

Verificamos que o trânsito em grande escala é social e tem suas regras próprias estabelecidas no Código de Trânsito Brasileiro e mais especificamente nas Normas Gerais de Circulação e Conduta. Mas também, podemos concluir que o trânsito é regionalizado (municipalizado) e comunitário; com uma cultura local baseada na convivência de seus munícipes ou até mesmo entre munícipes de bairros distantes ou vizinhos. Exemplo é o que acontece no bairro Jardim da Penha na capital capixaba, onde condutores e pedestres de bairros vizinhos ou distantes sabem que nas rotatórias desse referido bairro o condutor irá parar e o pedestres atravessar com segurança. Mas, no exato momento que se deslocam do bairro Jardim da penha e vão em sentido a outros bairros, esse comportamento some. Já em Guarapari, a cultura local é que os motoristas param com semáforo aberto para pedestres atravessarem. Neste caso, surgindo uma condição perigosa e de alto risco para o pedestre que irá atravessar ou outro condutor que poderá ultrapassar ou até mesmo de ocorrer uma colisão traseira.

De certa forma, quando a cultura é nociva ou contrário a norma, ela se estabelece por motivo diversos tais como: ausência do poder público na fiscalização, na educação ou na operação de trânsito; na falta de sinalização ou na sinalização deficiente, em costumes anteriores arraigados na comunidade por ter ficado tanto tempo sem a presença do poder público ou pelo simples fato de o particular achar que a cidade é dele e não precisa seguir determinadas normas.


Enfim, cabe de certa forma, aos munícipios, a aplicabilidade das normas até que ela seja condicionada e por fim se torne uma cultura correta.

SUA MANEIRA DE DIRIGIR É REFLEXO DO SEU COMPORTAMENTO, PERSONALIDADE E CULTURA 


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